CIENCIASMOS
Sugestões
"A vida na escola e a escola da vida", de Claudius Ceccon, Miguel e Rosiska Darcy Oliveira.


"A Escola não é estática nem intocável. A forma em que ela assume em cada momento é sempre o resultado precário e provisório de um movimento permanente de transformação, impulsionados por tensões, conflitos, esperanças e propostas alternativas”.
Sugestão de leitura das alunas Joicemara Fogaça e Alini Alves.
Para baixar, acesse o link http://pedagogiaaopedaletra.com/a-vida-na-escola-e-a-escola-da-vida-em-pdf/
"XI Festival Brasileiro de Aves Migratórias", de 13 a 16 de novembro de 2014.




Nas cidades de Mostardas e Tavares ocorre o Festival Brasileiro de Aves Migratórias, onde são oferecidos mini cursos, palestras, oficinas, feira de artesanato e entretenimento. Este festival trata do Parque Nacional da Lagoa do Peixe e da sua diversidade, em especial das aves migratórias que visitam o Parque todos os anos. O PNLP é uma Unidade de Conservação localizada entre os municípios de Tavares, Mostardas e São José do Norte. Este será o XI Festival, que já se tornou um evento tradicional, que engloba o turismo, educação, conhecimento e ciência.
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA
PAULO FREIRE


A Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire é um livro de poucas páginas, mas de uma densidade de idéias pouco vistas em qualquer outra de suas obras. Este seu poder de síntese demonstra sua maturidade, lucidez e vontade de, com simplicidade, abordar algumas das questões fundamentais para a formação dos educadores/as, de forma objetiva. Sugere práticas e mostra a possibilidade dos educadores/ as estabelecerem novas relações e condições de educabilidade deles/ as entre si, dentro de cada deles/as mesmos e com s seus educandos/as. Com respeito e rigor, sem prescrições ou regras a seguir. Entendianque essas posturas pessoais e epistemológicas possibilitam a abertura à cognoscibilidade,à intenção de gerar a apreensão, compreensação, apropriação do saber.
Sua linguagem é poética e política. Calma, tranquila e, ao mesmo tempo, inquiet, problematizadora e exuberante aserviço do pensar, do decidir e do optar para a ação transformadora. demonstra perseverança, ousadia e crença nos homens e nas mulheres e na educação como o caminho necessário para a Justiça e a Paz.
Sugestão de leitura da aluna Vania Araujo Pereira
Pesquisa aponta que 2% dos professores usam tecnologia em aula.
Sugestão de Leitura da aluna Alini Alves Cabral, acesso:
Professor e a Tecnologia
Big Bang & nascimento da Terra
acesse o link - https://www.youtube.com/watch?v=Tz8ithgTBj4
Este vídeo nos mostra em uma animação incrível o surgimento do planeta Terra e suas transformações com o passar do tempo, baseado na teoria da "Grande Explosão", em inglês, Big Bang, que é a teoria mais aceita sobre a origem do universo.
Sugestão da aluna Liziane da Silva Kenne Machado
Professora de Ciências de Ivoti é finalista do Prêmio RBS de Educação
A Professora Ailim Schwambach teve a ideia de dedicar o início de cada aula de ciências para que os alunos do Ensino Médio do Instituto de Educação Ivoti lessem um trecho de uma reportagem científica e deu tão certo que surgiu o projeto Reportagens Científicas e Ensino de Ciências.
“ - Os alunos e eu conversamos sobre os avanços científicos de diversos países e a instabilidade de verdades irrefutáveis, pois aquilo que hoje sabemos e pensamos ter certeza poderá, sim, mudar em algum outro momento da história da sociedade”, disse ela.
No projeto, os alunos escolhem reportagens que lhes interessam dentro das áreas de saúde, ciência, medicina e ambiente. Em duplas, eles leem, debatem sobre o assunto e procuram entender como o tema afeta suas vidas. Depois de 15 a 20 minutos de discussão, a aula segue seu curso normal. A professora criou um grupo no Facebook no qual posta as reportagens escolhidas pelos estudantes e abre fóruns para seguirem o debate. O projeto já foi estendido para alunos do Ensino Fundamental, que também estão dedicando o início das aulas para ler e debater temas relacionados à ciência.
Vamos torcer por ela! Sugestão da aluna Laís Souza

Filme: Uma professora muito maluquinha
O filme “Uma professora muito maluquinha” é uma adaptação do livro com o mesmo título de autoria de Ziraldo. Conta a história de uma professorinha chamada Catarina (Cate) que chega à uma cidade no interior de Minas Gerais para dar aula na escola primária. Muito entusiasmada e cheia de ideias novas e revolucionarias para a época de 40 onde se passa a trama. Com seu jeito contagia os alunos e causa inveja nas professoras conservadoras da escola.
No decorrer do filme ela mostra que a sala de aula pode ser em qualquer lugar do mundo, cheia de aventuras, leituras e diversão, todo o dia suas aulas começam com uma frase no quadro e prêmios para quem ler primeiro, tudo isso instigando cada vez mais o aprendizado em seus alunos. Ao assistir o filme podemos perceber que tem tudo à ver com o que estamos aprendendo no curso, é de grande valia assistir e se emocionar com essa professorinha e seus alunos!
Sugestão da aluna Laís Souza

Sugestão de Filme: Ocontador de Histórias
O Contador de Histórias (Brasil, 2009) é um filme biográfico, que conta a história de um contador de histórias. Trata-se de Roberto Carlos Ramos, ou Roberto Carlos Contador de Histórias, como é conhecido em Belo Horizonte. O diretor Luiz Villaça descobriu o contador de história por acaso, em um livro infantil que seu filho havia ganhado de presente, e após ler a história de Roberto Carlos, desenvolveu o projeto do filme premiado com o selo da ONU , Organização das Nações Unidas.
O filme passa-se na década de 1970, iniciando sua ação na cidade de Belo Horizonte onde Roberto Carlos Ramos vive com a mãe e seus nove irmãos em uma favela. A mãe leva-o então para a Febem acreditando que lá o filho terá melhores oportunidades, podendo até tornar-se um doutor.
Na instituição, Roberto Carlos usa sua criatividade para conseguir mais comida e atenção, também aprende a impor moral entre os internos, mas ao tornar-se adolescente é transferido para outra instituição onde as regras são mais rígidas.Para fugir de castigos físicos, ele e outros internos descobrem o mundo das drogas e de pequenos delitos, fugindo sempre que aparece oportunidade para isso. Seu comportamento é rotulado pela instituição de irrecuperável. Nesse momento de sua vida, aparece a pedagoga francesa Margherit Duvas, que aos poucos, com palavras carinhosas e atitudes educadas vai conquistando o menino irrecuperável. Ela o adota e ele então tem a chance de se alfabetizar, estudar e dar asas a sua criatividade. Ambos vão viver na França. Após concluir seus estudos, Roberto Carlos retorna à Febém, como educador, e inicia sua história com outras crianças e adolescentes que ele vai adotando e criando uma família numerosa, com vinte filhos adotivos, alguns, como ele, ditos irrecuperáveis pelas instituições.
É sensacional este filme, vale a pena ver!!!!
Sugestão de Alini Alves Cabral


Ofício de Mestre
O ofício de mestre faz parte de um imaginário onde se cruzam traços sociais, afetivos, religiosos e culturais. Aprender que lidar com pessoas é saber acompanhar seus processos complexos de formação, de produção e apreensão de saberes e valores adiquiridos no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. Os textos retratam os sentimentos, memórias, experiências vividas durante a vida do professor.
No capítulo 9 (Ofício de Mestre) o autor faz uma reflexão sobre o condicionamento ao magistério, numa perspectiva de gênero e classe social. Qual sua opinião? E você escolheu o magistério por vocação ou por falta de opção?
Ivete Zardo, aluna do curso de Ciências

PROJETO PRAIA LIMPA - SOLIDÃO - MOSTARDAS/RS
A Palestra Conhecer para Preservar - Projeto Praia Limpa - Praia do Farol da Solidão, no 4º Distrito do município de Mostardas: Dr. Edgardo Pereira Velho, será proferida para 150 a 200 alunos, com faixa etária entre 12 a 17 anos, além de professores, líderes da comunidade e comunidade em geral.
É uma ação que visa a Educação Ambiental, com proposta de mudança de hábitos, tratando-se de uma reeducação quanto ao uso das praias, despertando a importância da conscientizacão para a proteção, concervação e preservação da natureza.
O trabalho tem como objetivo estabelecer uma parceria para preservar a limpeza das praias, mostrando também a importância que ela tem no desenvolvimento de suas atividades. No intuito de incentivar tais mudanças de hábitos será feita a coleta de lixo, agendada para o dia 18 de janeiro de 2015, às 8h e 30min, na Praia do Farol da Solidão.
Joicemara Machado Fogaça, aluna do curso de Ciências

Ser Professor é Ser Pesquisador
Com estudos recentes e inovadores sobre as contribuições da teoria de Piaget ao processo pedagógico, os autores Fernando Becker e Tania B. I. Marques, defendem que a escola atual exige um professor curioso e pesquisador.
Dizem mais: que educar e pesquisar são tarefas complementares que se fecundam mutuamente. O ponto de encontro das duas é a reflexão que permite inventar novas ações educativas. Trazendo exemplos de práticas pedagógicas de professores pesquisadores, convoca todos os adultos a observar e a aprender com as crianças e os jovens sobre seus diferentes jeitos de pensar e agir. Leitura indispensável a todos que trabalham em prol de uma escola mais criativa e adequada ao século XXI. Recomendo.
Ivete Zardo, aluna do curso de Ciências
Entrevista
É tempo de resgatar a cultura afro-brasileira
entrevista com Isabel Aparecida dos Santos Mayer, publicada na edição nº 422, Revista Mundo Jovem, novembro de 2011.

Isabel Aparecida dos Santos Mayer
Especialista em Pedagogia Social pela Universidade Salesiana de Roma. Atua no Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac), onde realiza formações para educadores.
A chegada dos negros ao Brasil deu-se no cenário cruel da escravidão.
Mesmo assim, podemos dizer que a presença negra trouxe cor e alegria para a cultura brasileira. Nos últimos anos, através da ação do movimento negro e de conquistas na legislação, verificamos cada vez mais uma presença positiva dessa cultura no Brasil. É o que nos conta Isabel Aparecida dos Santos Mayer, Bel Santos, especialista em Pedagogia Social pela Universidade Salesiana de Roma. Ela atua no Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac), onde realiza formações para educadores incluírem na educação a história e a cultura da África e dos afro-brasileiros, conforme a Lei 10.639/03.
· Como se constitui a cultura africana no Brasil?
Teve um início muito cruel e dolorido, pelo sequestro de pessoas de outro continente, no modelo que foi a colonização. E, ao trazê-las para o nosso país, tentar o aculturamento, rebatizar, colocar novos nomes, tirar suas referências, impor outra religião, outra língua... Essa presença africana no Brasil teve que, de fato, ocupar os porões. A sala de visita ficou reservada para outra cultura. A cultura africana foi, então, encontrando brechas nas religiões, e aí a oralidade foi um elemento essencial para a sua permanência. O pouco também que conhecemos de pinturas feitas por africanos é um jeito de resistir, até na estética, no jeito de arrumar os cabelos, nos novos arranjos familiares, na dança, na musicalidade. Foi uma cultura que ficou muito marginalizada, ao ponto de a capoeira e os agrupamentos negros na rua serem criminalizados após a escravidão. Então, para essa cultura se sustentar, não foi nada suave.
· Há alguma característica genuína da cultura africana?
Com esta pergunta me lembro de um amigo do Zaire. Como ele não tinha religião, dizia que ficava irritado quando citavam a espiritualidade como característica africana. Então, é sempre um perigo quando se fala das características genuinamente africanas, porque existe a questão de como é que os africanos se olham. Mas para nós, no Brasil, a referência tem sido de considerar uma cosmovisão africana que traz elementos que nos diferenciam dos outros referenciais, como os europeus. Alguns autores usam esse referencial até para explicar por que em algumas situações foi "possível" a escravização de homens e de mulheres.
· Mesmo assim a cultura africana se mantém viva no Brasil?
Há aquela situação de tentar jogá-la num lugar exótico. Tem um segmento interessado em conhecer essa cultura, em fazer museus vivos, onde a cultura, a história e a presença atual dos negros esteja dentro dos espaços. Mas, por outro lado, há sempre uma tentativa de guetizar, de deixar no exótico, "olha como são estranhos!". Hoje a gente vê algumas ações que levam o jogo da capoeira para as aulas de Educação Física. Então essa intersecção é importante, quando você traz outros jeitos de ter desenvolvimento físico através do resgate de elementos de uma cultura excluída.
· A regularização dos territórios quilombolas auxilia a manutenção da cultura negra?
A titulação e o reconhecimento das comunidades quilombolas foi importante porque puxou o fio da nossa história, assim como a questão da Amazônia despertou para a presença do índio. Em nível nacional, há uma compreensão de que os índios ainda existem. Com relação aos descendentes quilombolas, essa compreensão não existia antes dessa discussão que culminou com a Constituição de 1988. Visitei quilombolas no estado da Paraíba, e lá existem comunidades que têm uma história de pertencimento a grupos familiares, uma história do desenvolvimento agrícola, mas elas desconhecem a sua história de quilombolas. Elas estão no processo para serem reconhecidas, mas as famílias não têm essa compreensão. Até porque nas escolas, nesses lugares, a cultura negra e os heróis negros são invisíveis. Dentro das próprias comunidades quilombolas há um apagamento das suas histórias. Se formos olhar os programas federais desenvolvidos tanto pela Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Sepir), quanto pela Fundação Palmares, há várias ações voltadas exatamente para esse resgate da cultura quilombola. É uma oportunidade que não se pode perder.
· O resgate da cultura africana também se dá na música, na literatura, na moda?
Quando eu era adolescente, nos meios de comunicação de massa, não tinha nenhum referencial estético negro, não existia nada. O único jeito de usar o cabelo era um jeito padronizado que trazia a ideia de cabelo liso como sinônimo de cabelo bonito, o chamado "cabelo bom". Quem não nascia com o cabelo liso tinha que fazer o cabelo ser "bom". Mas hoje existem revistas, como Raça, que foi muito criticada porque poderia promover o racismo no nosso país; ao contrário, ela trouxe para o cenário uma nova estética de cabelo, novas cores para a moda. Ela foi ao mesmo tempo resgatando e inaugurando outro olhar. A revista Estilo também traz sempre uma página "étnica", mas aí entra a coisa do lugar do exótico: étnico é o outro, e os brancos, são o quê?
· Qual a contribuição da miscigenação para a cultura brasileira?
A questão da miscigenação também foi um processo muito dolorido em nosso país. Ela aconteceu em algumas situações de estupro, de abuso sobre o corpo, tornando-se uma mistura forçada, feita com dor. Mas depois é possível traduzir isso de uma forma muito boa. Então o que o país está fazendo hoje, com um marco legal, criando leis que obrigam a trazer essa presença africana para os currículos, para a mídia, para as várias produções é garantir que essa miscigenação não seja o que foi ao longo da história. Dom Pedro Casaldáliga dizia que "na história da América Latina, muitas vezes se teve um pai branco, uma mãe negra ou indígena". E daí ele perguntava: "Optar pelo pai ou pela mãe"? É que a história optou pelo pai e esqueceu que a mãe existia. Então essa mistura é a nossa oportunidade de trazer o pai, a mãe, os filhos, os irmãos e perceber que a nossa história é de muitos povos e de muitas histórias que começam até antes da presença negra no Brasil.
· É importante termos políticas públicas para a superação do racismo e do preconceito?
O marco legal é muito importante por esta obrigatoriedade que traz de travar debates, de se começar a produzir materiais, mesmo que a lei seja insuficiente para provocar mudanças. Parafraseando Martin Luther King: "A lei pode proibir que o outro me mate, mas não pode obrigá-lo a me amar". As mudanças das relações precisam de outro suporte, e a lei faz com que se criem políticas de ações afirmativas. Você pode ter ações, provocações e resistências individuais: um indivíduo com uma camiseta de 100% negro, com seu black power, sua trança... Mas como você rompe com o racismo institucional? Como você, dentro da instituição pública, quebra com a postura naturalmente racista de não ter recurso para atividades culturais que tragam a referência africana, de não ter recursos para escolas de qualidade nas comunidades quilombolas? Se há desigualdade, e queremos acabar com ela, tratemos os desiguais de jeitos diferentes, porque se continuarmos tratando os desiguais de forma igual, vamos perpetuar as desigualdades.
· Você tem observado alguma iniciativa interessante na aplicação da Lei 10.639/03?
Em Guarulhos, SP, por exemplo, tem sido destaque a implementação da Lei 10.639/03, a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica. Eles perceberam que não pode ser uma iniciativa somente do educador. O município investiu em cursos, como um de "metodologias de enfrentamento do racismo e de promoção da igualdade racial", que discute as práticas, desde as situações que acontecem na sala de aula, para você pensar: como é que alguém vai colocar isso no currículo sem ter conhecimento da história africana ou afro-brasileira? Então se trata de ter um professor que, além de desenvolver atividades na Semana da Consciência Negra, vai pensar uma forma de trazer o referencial africano para a Geografia, a História, a Literatura etc. Esses educadores produzem artigos que são publicados na revista Ashanti, que é distribuída para toda a Rede Municipal. O município tem ainda o Prêmio Akoni de promoção da igualdade racial, que é para fotografia, ilustração em quadrinhos e slogans São os alunos construindo campanhas de promoção da igualdade racial. Existem outras experiências: capacitação de educadores, educação a distância (UERJ), na comunicação (Canal Futura)... Então, estou bem otimista porque vejo mais avanços do que retrocessos com a regulamentação dessa Lei. Mas o professor precisa ir atrás dos materiais e compartilhar experiências entre educadores.
· Como lidar com alunos que demonstram desinteresse pelos assuntos relacionados à cultura africana?
O jeito de lidar tem que ser o de não trazer a presença africana só no currículo na disciplina de História. Isso tem que estar nos painéis dentro da escola. Os caminhos são esses: colocar mais melanina, mais pigmentação no currículo como um todo, na estética da escola e trazer para o currículo a diversidade do povo brasileiro. A Alemanha, por exemplo, tem uma estratégia curricular: recontar a história para não esquecer e para não repetir os erros. As crianças estudam a Segunda Guerra, o Holocausto, visitam campos de concentração. Deveríamos, no Brasil, ter um museu que recontasse o que foi a escravidão e destacasse a presença negra no país. No entanto a nossa metodologia aqui tem sido a do "abafa o caso" e parar de falar para ver se esquece.
Por que dizer 100% negro?
Muitos perguntam se isso também não é racismo. Mas se pararmos na frente das lojas, das bancas de jornais, elas já eram 100% brancas. Então quando as organizações começaram a dizer 100% negro era exatamente para provocar esse debate, mostrar que vivíamos numa sociedade que se sentia 100% branca, mesmo sem estar escrito numa camiseta: todos os manequins brancos, todas as capas de revistas com pessoas brancas. Na verdade não somos 50% um e 50% outro, somos um monte de coisas.
Mas é importante trabalhar com esse desafio da diversidade, da humanidade e da identidade, que estão o tempo todo juntas. A minha humanidade garante que sou igual a todos; a diversidade, que sou igual a alguns e diferente de outros; e a identidade, que sou diferente de todo mundo. Então você não consegue pegar um grupo e dizer que é 100% alguma coisa. Mas quando optamos por destacar uma diversidade de algum grupo, é exatamente para quebrar a hegemonia que finge e inviabiliza essa diversidade. Seria, por exemplo, como discutir o “dia do homem”, porque existe o dia da mulher. Porque vivemos num país que ainda é machista, é importante que haja um dia para discutir a identidade da mulher. A mesma coisa quando foi se discutir o 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), pois temos um povo que adora feriado, e pela primeira vez vimos as pessoas reclamando de um feriado, por achar injusto ter um dia para discutir a questão racial. Nesse sentido, acho válido o debate que a camiseta provoca, de ter um grupo que não aceita a sociedade 100% branca e quer trazer a sua identidade.
Sugestão: Erica Costa
Ecoturismo...
O Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas.
O caminho ideal para o ecoturismo é o que se chama de desenvolvimento sustentável. Este conceito propõe a integração da comunidade local com atividades que possam promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e culturais.
Foto: Anelise Ferreira.
Por Priscila Lemos
